SUZETTE OU O GRANDE AMOR – FABIEN TOULMÉ

Sinopse: Suzette, uma dinâmica senhora de 80 anos, acaba de perder o marido. Sua neta, Noémie, por sua vez, vive a primeira experiência de uma vida a dois. Conversando sobre os caminhos da vida, Noémie descobre que sua avó não foi verdadeiramente feliz no casamento. E, sobretudo, que ela nunca esqueceu seu amor da juventude, que conheceu na Itália.
As duas mulheres decidem então pegar a estrada em busca desse passado romântico, ocasião para conversarem sobre a vida a dois, o engajamento e as histórias que se prolongam por anos…
Depois de Duas vidas, um novo relato cheio de emoção, de humor e de vida, sob forma de road trip pelo autor de Não era você que eu esperava e de A Odisseia de Hakim.
Resenha/Opinião: Aqui acompanhamos Suzette uma senhor com 80 anos que acabou de perder o marido com quem estava casada há quase 60 anos. Por outro lado temos sua neta Noémia, uma florista que está se aventurando no mundo do amor, tendo em vista que ela está se estabelecendo com Hugo, um estudante de psicologia, com quem namora há cerca de cinco anos. Noémie é extremamente próxima de sua avó, que foi a sua babá quando ela era criança.
É durante as conversas com sua avó que Noémia descobre algo que a surpreende, Suzette apesar de ter permanecido casada por quase 60 anos, não era feliz. A verdade é que Suzette nunca foi verdadeiramente feliz, pois ela nunca esqueceu o seu grande amor da juventude.
Suzette conheceu o seu grande amor dois anos de se casar, foi um jovem italiano chamado Francesco que fez o seu coração bater forte e a atração era mútua, mas nunca saiu disso. Agora que a sua avó está viúva, Noémia quer ajudá-la e para isso decide encontrar o tal do Francesco, mas ela não faz isso sozinha, pois parte na companhia de Suzette, que demonstra sinais de ansiedade para rever o antigo amor.
É interessante acompanhar a viagem de Suzette e Noémia, a interação entre elas é magistral e fica claro que durante a viagem uma aprende um pouco com a outra sobre a vida. Outro aspecto interessante é que Fabien (quadrinista) retrata em sua a obra o tempo, a passagem do tempo e o quanto isso impacta em nossas vidas. Além disso, há uma certa desconstrução da figura do avô, tendo em vista que após a sua morte Noémia passa a conhecer diversos meandros sobre o seu passado.
Suzette é uma obra sensível e envolvente, Fabien fala sobre o etarismo – o preconceito, a discriminação que se tem contra as pessoas idosas que ocorre através das piadas, infantilização ou até mesmo a exclusão desses por parte da sociedade. Em suma, essa foi uma leitura acolhedora, apaixonante e reflexiva.