Sinopse Alta Novel: Charlie Jordan está viajando pelo país com um serial killer. Possivelmente. No volante está Josh Baxter, um estranho que Charlie conheceu no painel de caronas da faculdade e que também tem um ótimo motivo para deixar a universidade no meio do semestre. Na estrada, eles compartilham suas histórias de vida, cuidadosamente evitando o assunto que domina o noticiário: o Assassino do Campus, que, em um ano, amarrou e esfaqueou três estudantes, acaba de atacar de novo. Durante a longa jornada entre a universidade e o destino de ambos, Charlie começa a notar discordâncias na história de Josh. Enquanto planeja fugir do homem de que tem certeza ser o assassino, Charlie começa a suspeitar que Josh sabe exatamente o que ela está pensando. O que significa que ela pode muito bem acabar sendo sua próxima vítima. Um aterrorizante jogo de gato e rato. Para ganhar, Charlie precisa fazer apenas uma coisa: sobreviver à noite. (Resenha: Sobreviva à Noite – Riley Sager)
Opinião: Riley Sager volta a ser publicado no Brasil, agora pela Alta Novel, com um thriller que se passa basicamente dentro de um carro em mais ou menos 12h de viagem. Bem diferente dos dois livros anteriores que chegaram por aqui, e que tinham uma premissa bem parecida de grupo de garotas levado a situações extremas e com uma sobrevivente para remoer o mistério, Sobreviva à Noite é focado em uma protagonista instável, acometida por alucinações que a levam a duvidar de muitos episódios vivenciados.
Charlie perdeu sua melhor amiga, Maddie, num assassinato ainda não solucionado. Acredita-se que a colega tenha sido vítima de um serial killer conhecido como Assassino do Campus. E o pior, Charlie estava com Maddie na noite do assassinato, tiveram uma briga séria e ela aparentemente teve um vislumbre de um cara abordando a amiga. Mas talvez ela possa ter sofrido uma alucinação decorrente da briga e essa parte jamais tenha acontecido realmente. O que é verdade em muitas das coisas que Charlie acredita ter vivido?
Avançando para o foco da trama, decidida a retornar para casa após a tragédia com a amiga, Charlie pega carona com um desconhecido, Josh, e, a noite, partem para uma viagem em que as histórias de vida contadas por Josh vão se contradizer e cada vez mais Charlie vai ter certeza de que ele é o Assassino do Campus. Começa então uma trama de suspense psicológico em que pontos de vista vão sendo colocados numa tentativa clara de confundir os leitores sobre quem é quem nessa história.
Claramente, Sager decidiu brincar com a questão das alucinações de Charlie. Ele joga com isso de forma a deixar sempre uma dúvida na nossa percepção do que pode ser realidade naquilo que estamos lendo. Muitas das coisas podem estar acontecendo apenas na mente da protagonista? Se sim, onde identificar claramente o que é real?
Mas a protagonista não cativa. Atitudes bobas e ingênuas marcam a construção da personagem e não facilitam nem um pouco para que tenhamos empatia por tudo que ela está vivendo.
Por mais eletrizante que seja a narrativa, com um aparente clima de tensão no ar, Sobreviva à Noite não consegue envolver totalmente. E olha que há um bom número de reviravoltas que nos levam a um desfecho aceitável, porém um tanto quanto surreal demais.
Não é um tipo de livro que a gente devora em busca do desfecho e seu provável soco no estômago. Porque depois de certo ponto, há uma repetitividade cansativa nos diálogos entre Charlie e Josh e que vão fazendo com que a tensão perca espaço para o “mais do mesmo”. Quando a história engrena para chegar ao ápice, as explicações relacionadas à carona e sobre quem é quem, e a forma como tudo se desenrola, não impressionam nem causam choque. Na verdade, a leitura meio que segue linear, como se nunca tivesse havido um suspense a ser desvendado.
Enquanto passatempo, Sobreviva à Noite é um excelente livro e que prende a atenção pelos delírios e tensão da protagonista. Até porque a escrita de Sager é muito boa. Mas é uma história com altos e muitos baixos e que, no conjunto, acaba não entregando nada de muito surpreendente aos leitores. É mais do mesmo.
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