Sinopse: Eles vivem em Madri nos dias de hoje. Ela é arquiteta, tem medo de fazer projetos para o futuro e busca algo que não consegue (ou não sabe direito) definir. Ele escreve ensaios, está com ela há cinco anos e nunca pensou em ficar solteiro novamente, ainda mais em um novo “mercado” sentimental no qual se sente deslocado e mesmo desatualizado. Uma história de amor e separação na era das redes sociais. Com este romance que retrata os afetos contemporâneos de maneira aguda, Patricio Pron lança um olhar a um só tempo crítico e sensível sobre como nos aproximamos, amamos e nos distanciamos. Um exame — arrebatador — sobre a vida sentimental de mulheres e homens nos dias atuais.
Resenha/Opinião: Publicado originalmente em 2019, “Amanhã Teremos Outros Nomes” é um romance que retrata como nos aproximamos, amamos e nos distanciamos, um exercício sobre relacionamentos em tempos de redes sociais e aplicativos para encontrar o parceiro ideal. Aqui vamos acompanhar o drama de um casal em vias de separação após cinco anos de relacionamento e ambos estão na casa dos quarenta anos. Ela, uma arquiteta com a carreira estagnada. Ele, um ensaísta que parece acomodado com a vida que leva.
Os desgastes na relação cobram seu preço, o que acaba resultando em rompimento. A separação é um desafio para eles e ambos se descobrem completamente deslocados em um “mercado sentimental” onde tudo acontece muito rápido e nada é processado, o próximo parceiro é escolhido a dedo em uma tela de celular, ele tem um caso com uma chinesa; ela com um homem britânico, seus amantes são bem mais jovens.
Nesse novo desafio que precisam enfrentar a exposição é escancarada nas redes sociais e estar sozinho é visto como uma doença, ainda mais quando já se tem certa idade. Dotado de um tom melancólico, o livro de Patricio é muito mais que um simples drama, é também um convite a reflexão sobre a forma como nos relacionamos em tempos atuais.
Apesar de ter gostado da leitura (a literatura argentina cada vez mais me cativa), confesso que nem tudo no livro me agradou. O desenrolar da história teve pelo menos dois acontecimentos que achei meio forçados, um deles bem desnecessário. Outra coisa que me incomodou foi o fato dos personagens não terem nomes. O casal é tratado apenas como Ela e Ele, e os personagens secundários são resumidos a iniciais. Embora ache que esse anonimato tenha um propósito e dialogue com a proposta do romance, foi bem confuso de lembrar quem era quem em alguns momentos da história. Leitura recomendada, embora com ressalvas.
Mais Notícias
Bem Mais Perto – Susane Colasanti
Bela Maldade – Rebecca James
Batendo à Porta do Céu – Jordi Sierra i Fabra