Sinopse: Neste conto, a autora best-seller de Circe e A canção de Aquiles Madeline Miller faz uma releitura feminista e corajosa do mito grego de Pigmalião, o hábil escultor que se apaixona por sua obra-prima em mármore: Galateia.
Uma prisão no topo de um penhasco. Dentro dela, uma mulher é monitorada dia e noite por médicos e enfermeiros. Repetidamente, e sem que ela saiba quando, um homem a visita. Quando ele vem, a mulher deve se transformar em pedra… e, então, voltar à vida em suas mãos.
Neste conto, Madeline Miller faz uma releitura corajosa do mito grego de Pigmalião, o hábil escultor que se apaixona por sua obra-prima em mármore: Galateia. Pela graça de uma deusa, Galateia ganha vida e, na versão de Miller, casa-se depois com Pigmalião – mas, quando ela começa a seguir seu próprio caminho e não pode mais suportar as tentativas de controle e o ciúme do marido, acaba submetida a um destino cruel.
Galatea deseja a liberdade. Ela elabora um plano. E, fria e dura como pedra, ela irá colocá-lo em prática.
Resenha/Opinião: Publicado no Brasil pela Planeta Minotauro em 2022 e escrito pela estadunidense Madeline Miller, Galateia é um conto que serve como resposta ao mito de Pigmalião, um homem que viveu em celibato em uma ilha por discordar do comportamento das mulheres da região, aliás, esse mito foi narrado por Ovídio no clássico poema chamado Metamorfoses. Para quem não sabe, Pigmalião era um escultor que se apaixonou por uma de suas esculturas e essa escultura foi chamada de Galateia, a mulher perfeita. Angustiado por não conseguir consumar o seu amor por Galateia, Pigmalião suplica aos deuses para que dessem vida a sua obra e foi justamente a deusa Afrodite quem atendeu o seu desejo.
Galateia é uma releitura desse poema clássico e aqui a história se passa aproximadamente 11 anos após o despertar de Galateia. A protagonista após ser transformada em humana casa-se e engravida, dando luz a uma filha, Pafos. Contudo, a vida de casada é muito complicada e cruel, pois ela sofre inúmeros abusos do seu esposo, tendo em vista que Pigmalião é controlador, possessivo e extremamente ciumento, aliás, ele fica inconformado com as mudanças físicas que ocorreram em Galateia decorrentes da gravidez.
Com o passar do tempo, o seu marido e criador passa a ver a esposa apenas como um objeto para a sua satisfação, principalmente carnais. Além disso, ele não sabe lidar com uma mulher real, pois Galateia com o decorrer do tempo vai envelhecendo, sem contar que ela passa a ter opiniões próprias, ela tem os seus próprios desejos e tudo isso incomoda profundamente Pigmalião.
Infelizmente o destino foi cruel com Galateia, pois o seu marido em um ato de fúria decide internar a sua esposa em uma clínica, longe de tudo e todos. Aprisionada na clínica, Galateia passa a receber visitas diárias de médicos e enfermeiras que a consultam e estudam constantemente, até mesmo o seu marido por vezes a visita e é nesses momentos que Galateia pede para que a tire dali.
Esse não é o meu primeiro contato com a escrita e obras de Madeline Miller, pois eu já li “A Canção de Aquiles” e “Circe”, dois livros que tem suas histórias ambientadas na Grécia Antiga. Em “Galateia” a autora novamente apresenta uma história poderosa, reflexiva e envolvente, mas também brutal por todo os sofrimentos que a nossa protagonista passa, sejam eles físicos ou mentais, ou seja, essa não é uma história feliz, mas necessária, tendo em vista os temas abordados como a submissão e servidão, mas também a falta de liberdade da protagonista em fazer ou agir da forma que deseja. Em suma, essa é uma literatura feminista atual e muito reflexiva.
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