ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO – DEE BROWN

Sinopse: Enterrem Meu Coração na Curva do Rio’ é o relato da destruição sistemática dos índios da América do Norte. Lançando mão de várias fontes, como registros oficiais, autobiografias, depoimentos e descrições de primeira mão, Dee Brown faz grandes chefes e guerreiros das tribos Dakota, Ute, Soiux, Cheyenne e outras contarem com suas próprias palavras sobre as batalhas contra os brancos, os massacres e rompimentos de acordos. Todo o processo que, na segunda metade do século XIX, terminou por desmoralizá-los, derrotá-los e praticamente extingui-los. Publicado originalmente em 1970, este livro foi traduzido para diversas línguas. Com esta obra , Dee Brown, especialista em história norte-americana, buscou mudar o modo do mundo ver a conquista do Velho Oeste e a história do extermínio dos peles-vermelhas.
Resenha/Opinião: Eu sempre gostei de história, e dentro dos inúmeros tópicos que a história nos apresenta, há alguns que eu gosto muito, incluindo a história dos Estados Unidos da América, principalmente envolvendo os acontecimentos dos séculos XVIII até início do século XX. “Enterrem meu coração na curva do rio” é um livro que nos faz revisitar o passado e refletir o tratamento concebido aos índios norte-americanos pelo homem branco que adentrou e conquistou o território que hoje conhecemos como EUA.
O escritor e historiador Dee Brown nos apresenta as principais atrocidades que foram cometidas contra os nativos dos EUA, isso nos remete à colonização americana, movimento esse que condenou os nativos à morte de formas cruéis, sanguinárias e inimagináveis, mas que também contribuiu para apagar a história dos povos indígenas e entre as diversas tribos que sofreram nas mãos dos homens brancos destacam-se os: Apaches, Cherokees, Comanches e também os Sioux.
Dee Brown nos apresenta alguns momentos históricos e importantes em sua obra, como por exemplo a votação que ocorreu no congresso dos Estados Unidos em 30 de junho de 1834, que assegurava aos índios alguns Estados, além disso, a lei também previa que os brancos estavam proibidos de comercializar nos territórios ou Estados, garantido pela lei aos índios. Contudo, no ano de 1848 foi descoberto um metal de grande valor no estado da Califórnia, o Ouro. É dessa descoberta que a vida dos índios muda mais uma vez, pois eles são novamente invadidos pelos homens brancos, que cobiçam profundamente o ouro e partem para o Oeste em busca de riquezas.
Com esse movimento em direção ao Oeste foi questão de tempo para estourar conflitos entre os índios e os homens brancos e após algum tempo de luta foi selada a paz, mas essa paz não foi duradoura, tendo em vista que não foi respeitada e nesse meio tempo, figuras indígenas importantes foram assassinadas como Touro Alto e Chaleira Preta. Após alguns anos, os índios foram expulsos das terras remanescentes e foram exilados em terras estéreis.
“Enterrem meu coração na curva do rio” é um livro triste pelo fato de todas as atrocidades e crimes que foram cometidas pelos homens brancos contra os índios, povos originários e reais donos por direito das terras que hoje conhecemos como Estados Unidos da América, aliás, toda essa dominação e violência empregada pelo invasor foi em grande parte motivada pela cobiça por terras e riquezas, algo que também aconteceu em terras da América do Sul.