Cumprimentos, Caros Leitores!
“Bela Maldade” (Beautiful Malice), escrito pela autora australiana Rebecca James, é um livro que repousou na minha estante por muitos anos, adquirido por influência de uma amiga que o leu e o adorou na época. Apesar da intenção inicial de ler imediatamente após a compra, só recentemente tomei coragem para fazê-lo. Sim, após anos, finalmente decidi encarar a leitura.
Eu já pressentia que a história seria intensa e envolvente, e de fato foi. Uma atmosfera de suspense permeia toda a narrativa, um mistério sobre um evento que mudou a vida da personagem principal, Katherine, mas que só é revelado aos poucos, mexendo com nossos nervos. A narrativa, conduzida em primeira pessoa por Katherine, não segue uma ordem cronológica linear, com muitos flashbacks, exigindo atenção redobrada do leitor.
Logo no início, conhecemos em certa medida o desfecho da história, por meio do relato de um acontecimento marcante. Entretanto, o desenrolar da trama é o que realmente importa, mais do que o seu desfecho. Descobrimos que uma tragédia ocorreu com Katherine e sua família, relacionada à perda de Rachel, sua irmã mais nova. É evidente que Katherine se culpa pela morte da irmã, mas não exclusivamente, embora tente assumir toda a responsabilidade. Após o ocorrido, Katherine se muda e tenta reconstruir sua vida, optando por ser invisível. No entanto, seu plano fracassa quando Alice, uma colega excêntrica, se aproxima dela e muda sua vida com seu comportamento imprudente e egoísta.
Alice é uma personagem completamente instável, com atitudes bastante maliciosas, o que me incomodou um pouco. Katherine percebe as falhas de Alice, mas escolhe ignorá-las, uma atitude que me pareceu ingênua demais para alguém que já passou por uma tragédia. Mesmo diante dos alertas de amigos próximos, ela persiste em sua amizade com Alice. Conforme a narrativa avança, as peças do quebra-cabeça se encaixam, e começamos a compreender os motivos pelos quais Katherine se culpa e como isso afeta sua relação com Alice, pela qual também se sente responsável. Além disso, passamos a entender os problemas psicológicos de Alice e seus motivos, ainda que não justifiquem suas ações terríveis.
“Bela Maldade” é um livro brilhante, que instiga o leitor a montar o quebra-cabeça junto com a protagonista. O desenvolvimento da trama e os acontecimentos são intensos, conectados de forma coesa, inclusive o desfecho, que é triste e deprimente, mas mantém uma faísca de esperança, como todas as boas histórias deveriam.
Mais Notícias
Bem Mais Perto – Susane Colasanti
Batendo à Porta do Céu – Jordi Sierra i Fabra
Baroak, a estrela – Cris Motta