Sinopse: Zoe é uma mãe solteira que corta um verdadeiro dobrado para sustentar a si mesma e a seu filhinho de 4 anos, Hari. Quando o valor do aluguel de seu apartamento em Londres se torna exorbitante, Zoe fica sem saber o que fazer. Então, a tia do menino sugere que ela se mude para a Escócia para ajudar a gerenciar uma pequena livraria. Sair de uma cidade em que se sente tão solitária para morar num vilarejo acolhedor nas Terras Altas pode ser a mudança de que Zoe e Hari tanto precisam. No entanto, ao descobrir que seu novo chefe, o temperamental livreiro Ramsay Urquart, é um poço de hostilidade, e que os filhos dele são mais do que malcriados, Zoe se pergunta se tomou a decisão certa. Só que o pequeno Hari encontrou seu primeiro amigo de verdade. Além disso, ninguém resiste à beleza do lago Ness brilhando ao sol de verão. Sem falar que é em lugares assim que os sonhos começam… (Resenha: Um Novo Capítulo para o Amor – Jenny Colgan )
Opinião: Imagine uma história onde Mary Poppins encontra Notting Hill. Quais as probabilidades de dar errado? Bom, em Um novo capítulo para o amor são bem grandes, infelizmente.
Zoe mora em um apartamento em Londres com seu filho de 4 anos, Hari. Porém, quando as contas apertam e ela não consegue mais pagar o aluguel e sustentar uma boa vida ao filho, Zoe resolve entrar com contato com o pai da criança. Jaz, um aspirante a DJ, não foi muito presente na vida do filho e não tem muitos meios de ajudar, já que perdeu o emprego. A solução, então, vem da irmã, Surinder – que, até então, não sabia da existência de Zoe ou do sobrinho Hari. Ela sugere que Zoe e Hari se mudem para a Escócia, onde uma amiga de Surinder precisa de ajuda com sua pequena livraria.
Quando chegam no tal vilarejo nas Terras Altas, Zoe e Hari se sentem completamente deslocados. Vão morar num casarão onde Ramsay Urquart, um homem misterioso, e seus três filhos vivem isolados após a mãe fugir. Zoe, então, se vê dividida em duas funções: cuidar das crianças de Ramsay para poder viver sob um teto que não precise pagar e ajudar Nina – que está gravidíssima – a administrar a livraria.
Tudo nesse livro soa clichê e comum. Mas, veja bem, isso nem sempre é um sinal ruim. Há diversos romances água com açúcar que conseguem desenvolver bem os seus clichês e deixar os leitores com um quentinho no coração a cada página. Porém, Jenny Colgan acaba falhando nesta missão. O livro é arrastado. Por mais que, no início, os acontecimentos pareçam voar, não se engane. Logo depois que Zoe chega no vilarejo, as coisas ficam estáticas e são páginas e mais páginas de praticamente nada acontecendo.
Com capítulos curtos, Colgan apresenta diversos pontos de vista, mas que não são bem especificados nem separados. A impressão que fica é a de que não houve edições ou revisões no texto bruto da autora. É importante dizer que essa não é uma falha da tradução (feita pela Thalita Uba)! Muitas críticas de pessoas que leram no original comentaram sobre esse deslize.
São muitos diálogos que não levam a lugar nenhum, cenas (e até capítulos) que poderiam ter um desenvolvimento melhor se a autora quisesse abordar alguns assuntos de forma responsável – como depressão, bipolaridade, traumas de infância e dependência química. Infelizmente, o livro acaba desperdiçando os temas importantes que se propõe a tratar.
No fim das contas, as partes em que Zoe está com as crianças – seu filho, Hari, e os filhos de Ramsay – são as que marcam, sendo muitas vezes tocantes e interessantes de serem lidas (principalmente o desenvolvimento da amizade entre Hari e Patrick). Porém, algumas páginas não conseguem salvar um livro inteiro de, praticamente, 400. Um novo capítulo para o amor realmente deixa a desejar se o leitor procura uma história apaixonante e personagens cativantes. Mas, pode ser uma boa pedida para curar ressacas literárias ou intercalar com um livro mais denso.
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