Resenha: Heartstopper, vol. 2 – Alice Oseman

Saudações Leitores!
Tal como fiz com o volume anterior, li Heartstopper (vol. 2) em inglês (no tapas), disponibilizado pela própria Alice Oseman, porém também já encontramos o volume físico para compra (inclusive eu tô surtada para tê-los!). A propósito, aqui no blog já temos post sobre Heartstopper, vol. 1, confiram!

De antemão já quero alertar que neste veredito vai trazer spoiller, pois preciso tocar em alguns pontos do volume anterior para iniciar as discussões sobre este volume, ok?

Quando comecei a ler Heartstopper, o vol. 1, nunca pensei que fosse ficar tão obcecada por essa história em quadrinhos, mas após a leitura já partir para o vol. 2 e percebi que começar a ler essa HQ é um caminho sem volta, acabamos nos conectando com os personagens e a doçura dos sentimentos.

De fato, não tem como ler Heartstopper (vol. 2) e não se ver nostálgico com o inícios de várias primeiras vezes: primeiro beijo, primeiro encontro, primeiro namorado, primeira vez em que precisa dizer que está saindo com alguém, primeiras vezes que sentimos ciúmes e nos preocupa mais com o outro do que nós mesmos.

Em Heartstopper (vol. 2) após o primeiro beijo de Charlie e Nick, a relação de amizade dos dois fica um pouco estranha, principalmente porque Charlie está apaixonadíssimo por Nick, em contrapartida, Nick vai viver um período de crise de identidade, pois até então ele se via como um jovem hétero e desde que começou sua amizade com Charlie, suas concepções vai entrar em choque e ele vai se ver diante de dúvidas e medos, ao passo que tenta se entender e compreender seus sentimentos.

Porém, mesmo com esses sentimentos conflitantes, Nick está preocupado com Charlie, pois tem medo de magoar o amigo. No entanto, depois do beijo, Nick percebe que tem ainda mais vontade de passar tempo com Charlie e fica o tempo todo pensando nele.

SIM, Charlie e Nick vão começar a passar mais tempo juntos, porém irão fazer isso de forma secreta, porque Charlie compreende que Nick precisa de um tempo para se compreender melhor, é nesse ínterim, que ambos vão tentar introduzir-se no círculo de amizade um do outro e é aí que teremos mais temas importantes sendo discutidos dessa HQ tão fofa.Quando Nick sai com os amigos de Charlie, percebemos que todos os tratam bem, mesmo estando todos apreensivos por Nick poder vir a magoar Charlie, ainda que ninguém saiba que os dois estejam saindo.

Todavia, quando Charlie sai com os amigos de Nick, acontece uma verdadeira tragédia, pois eles tem atitudes homofóbicas e é devastador ver Charlie se sentindo inferiorizado, no entanto, é incrível ver Nick defendendo Charlie e passando uma verdadeira “correção” nos “amigos”.

Mas mesmo diante de temas pesados que aborda identidade, comportamentos sociais e paradigmas sociais, também vamos observar tudo isso de uma forma leve que, definitivamente, nos emociona e em alguns pontos: como o primeiro encontro de Charlie e Nick e quando Nick o pede em namoro, ficamos com um quentinho no coração de tão mágico que é o momento.

Porém, há outros momentos mais sérios, como a questão da descoberta da identidade. Nick questiona Charlie sobre como ele soube que era gay, e é quando sabemos de todo o bullying que Charlie sofreu quando “saiu do armário” e o quanto ele tem medo que Nick passe pelo mesmo quando descobrirem que estão saindo.

Em Heartstopper (vol. 2) temos muito sobre a definição de gênero e o quanto o próprio Nick busca se identificar e se entender, como por exemplo, o quanto ele tenta descobrir se é gay ou bissexual, ao passo que busca também encontrar um jeito de contar para sua mãe pelo que está passando.

Heartstopper (vol. 2) é simplesmente uma HQ tão fabulosa e tão inclusiva que nos faz criar uma conexão com os personagens e nos coloca diante de tudo o que eles estão passando tanto como casal, quanto em suas relações familiares e circulo de amizades, então, obviamente, a gente sente dor quando eles são magoados e sente um quentinho no coração quando eles estão felizes.

Acredito que Heartstopper (vol. 2) tem muito “pano” para reflexões que engrandecem a comunidade LGBTQIA+. A propósito, já li o vol. 3 e logo mais trago veredito dessa continuação, ok? Aguardem!