[CRÍTICA] PLANETA DOS MACACOS: A GUERRA

Os filmes da série Planeta dos Macacos é algo que me fascina desde a minha infância, algo que ocorreu na década de 90, onde eu simplesmente adorava assistir aos filmes que fazem parte da série original que começou a ser publicada no ano de 1968 com o filme Planeta dos Macacos adaptado do livro homônimo escrito por Pierre Boulle. A série original teve ao todo cinco filmes e foi finalizada no ano de 1973. Passados 28 anos, o filme original de 1968 recebeu um remake no ano de 2001 e foi dirigido por Tim Burton, contudo o filme não obteve sucesso nas críticas.

Em 2011 a série ganhou um reboot com o filme Planeta dos Macacos: A Origem e em 2014 o filme Planeta dos Macacos: O Confronto. Agora no ano de 2017 foi lançado Planeta dos Macacos: A Guerra que finaliza a trilogia envolvendo o personagem Caesar, pois segundo o produtor Peter Chernin o filme não terá uma sequência, contudo não está descartada a possibilidade de novos filmes envolvendo os macacos.
A trama em Planeta dos Macacos: A Guerra inicia-se alguns anos após o final do filme anterior e cerca de quinze após os símios receberem o soro ALZ-112 que foi testado em Caesar e que o deixou com imensa capacidade intelectual. No filme vemos os símios vivendo escondidos em um regime de  sociedade em uma floresta, sendo liderados é claro por Caesar, interpretado por ninguém menos que Andy Serkis.

Os símios vivem com certa tranquilidade na floresta e existe um senso de família entre eles, porém um misterioso Coronel (Woody Harrelson) está caçando os símios e ele faz o possível para encontrar o lendário líder Caesar e o seu bando, tendo em vista que os humanos não conseguem lidar com a existência de outra sociedade dotada de inteligência. Enquanto isso, o Coronel luta para garantir a sua sobrevivência, pois o vírus que dizimou parte da humanidade está causando um novo e terrível efeito colateral.

Um terrível embate ocorre quando uma equipe do Coronel consegue encontrar o local em que os símios vivem e perdas terríveis ocorrem em ambos os lados e isso acaba ocasionando a retirada dos símios do local em busca de um lugar mais seguro, porém Caesar resolve partir em uma missão pessoal para localizar e neutralizar o inescrupuloso Coronel, tendo por objetivo garantir a paz de uma vez por todas entre os humanos e os símios. Nesse jornada em busca pela paz, Caesar acaba contando com a companhia de outros símios e de uma menina muda que foi abandonada e adotada pro Maurice, o orangotango. Caesar também vai precisar lidar com alguns fantasmas do passado que retornam para o afligir.

Opinião: Matt Reeves apresenta o terceiro volume da trilogia de forma brilhante, porém não é empolgante em termos de ação como nos filmes anteriores, pois o foco é na reflexão e contemplação, existe um senso de união e família entre os símios que querem apenas viver em paz, longe da humanidade. Existe um forte tom dramático permeado pelas perdas e consequências. Reeves explora muito bem as relações entre os personagens durante o filme.

A narrativa não apresenta muitos elementos ou núcleos diversos, foca basicamente em Caesar e seu grupo, porém é algo que garante raros e belos momentos no filme em que ações e pensamentos desdobram-se por meio de linguagem de sinais, interações corporais e olhares. A narrativa é também imprevisível e melancólica em alguns momentos, além disso conta com excelentes diálogos conduzidos por Woody Harrelson que dá vida a um vilão brilhante que inclusive utiliza de métodos de tortura para conseguir o que quer.

É interessante ver em Planeta dos Macacos: A Guerra que os símios na condição de animais racionais, estão sujeitos ao comportamento conduzido pelas mesmas emoções humanas e em alguns momentos eles se deixam levar por elas. Existe ainda um lado dos macacos que apoia os seres humanos baseado em interesses próprios. É possível perceber que o filme foi inspirado em produções das décadas de 70 e 80. Reevis consegue balancear de forma magistral momento cômicos com momentos de tensão e cenas de batalhas.

Além do Coronel, outros dois personagens merecem destaque e por momentos roubam a cena, uma é a garotinha chamada Nova que foi interpretada por Amiah Miller. Outro personagem que dá um tom leve ao filme é o Macaco Mau, um espécime de zoológico que exposto ao vírus da Gripe Símia desenvolveu a capacidade de falar e compreender. O filme nos traz diversos questionamentos filosóficos. Por fim, Planeta dos Macacos: A Guerra é um filme sólido e conclui de forma magistral essa nova trilogia que conta